Nas últimas semanas foi
divulgada uma notícia na internet sobre a descoberta da cura da doença lúpus
por pesquisadores da Universidade da Flórida, nos Estados Unidos. Liderados
pela pesquisadora Dra. Laurence Morel, o novo estudo foi publicado na revista
americana Science Translational Medicine
e os resultados apresentados mostraram-se muito promissores. Vamos conhecer um
pouco mais sobre essa doença?
O Lúpus, tembém conhecido como
LES (Lúpus eritematoso sistêmico), é uma doença auto-imune rara que afeta
diversos órgãos e sistemas levando à perda da tolerância imunológica. Na
prática o que ocorre é um desequilíbrio do sistema imunológico, levando-o a
atacar o próprio organismo, como faria com um vírus ou bactéria que infecta
nosso corpo. Essa doença é mais frequente em mulheres jovens e, por apresentar
múltiplas formas de manifestação clínica, seu diagnóstico é difícil.
Classificado como uma doença
crônica, o Lúpus evolui com períodos de atividade da doença intercalados por
períodos em que o paciente apresenta pouco ou nenhum sintoma. Entre os sintomas
estão fadiga, febre, dor nas articulações, dificuldades para respirar, dor no
peito, dor de cabeça, queda de cabelo, desconforto geral, ansiedade e
mal-estar. Por isso, pode haver uma confusão em relação ao diagnóstico na
doença, visto que os sintomas são semelhantes aos de diversas outras doenças.
Na tentativa de facilitar o
diagnóstico do Lúpus, a Colégio Americano de Reumatologia propôs em 1971 alguns
critérios que visavam facilitar a detecção da doença. Todavia até hoje os
médicos encontram dificuldades para caracterizá-la, indicando tratamentos para
outras doenças. Este fato é gravíssimo, pois o paciente com Lúpus precisa do
tratamento correto o quanto antes, principalmente no início da doença, para não
ter os sintomas agravados.
E o tratamento do paciente? Por
ser uma doença crônica, até o momento não existe uma cura para a doença. O
tratamento é realizado através da administração de cortisona, um hormônio
esteroide que ajuda no controle das dores, pela capacidade anti-inflamatória.
Os corticoides modernos não apresentam efeitos colaterais, como os antigos, que
levavam ao aumento da pressão e alta retenção de sal e água no organismo.
Graças aos avanços da
tecnologia e da ciência, muitos pesquisadores vêm trabalhando para encontrar a
cura de diversas doenças. No caso do Lúpus, a pesquisa da Dra. Morel apresentou
bons resultados. O fato que mais chamou a atenção foi a combinação de dois
inibidores metabólicos que, juntos, levaram a um retrocesso da doença. Isto sugere que os inibidores metabólicos podem ser
uma saída para o tratamento dos pacientes.
Estes resultados são muito
animadores! Descobrir uma via de retroceder a doença abre um leque de
possibilidades para os próximos anos e serve de base para novos estudos
promissores para a doença. É preciso ressaltar que é um processo demorado: da
pesquisa científica ao produto no mercado levam-se alguns anos. Porém, é um
resultado para ser comemorado. Enquanto isso, existem medicamentos e tratamentos
que ajudam no controle da doença, levando maior qualidade de vida aos
portadores de Lúpus.
Para
saber mais sobre a doença:
Por Nathalia Brancalleão
Contato: nathalia.brancalleao@usp.br
Referências Bibliográficas:
Sato, E. I., & Leser, P. G. (2001). Lúpus eritematoso
sistêmico. Prado F C.
Atualização Terapêutica, 1382-7.
Sato, E. I., Bonfá, E. D., Costallat, L. T. L., Silva, N. A.
D., Brenol, J. C. T., Santiago, M. B., ... & Vasconcelos, M. (2002).
Consenso brasileiro para o tratamento do lúpus eritematoso sistêmico (LES). Rev Bras Reumatol, 42(6), 362-70.
Lupus – getting to know the disease!
In
the last few weeks, it has been announced that researches from the University
of Florida, in the USA, have discovered the cure for the lupus disease. The new
study, whose main author was the researcher Dr. Laurence Morel, was published
in the American journal Science
Translational Medicine, and its results were very promising. Shall we get
to know a little bit about the disease?
Lupus,
also known as SLE (systemic lupus erythematosus), is a rare autoimmune disease
that affects several organs and systems and leads to the loss of immune
tolerance. What actually occurs is an imbalance of the immune system, making it
attack its own organism, as it would do with a virus or a bacterium infecting
our body. This disease is more frequent in young women and, since it has many
different ways of clinical manifestation, it is hard to make the right
diagnosis.
Classified
as a chronic disease, lupus develops both in periods of activity of the disease
and in periods in which the person presents few or no symptoms. Among the
symptoms are fatigue, fever, joint pain, trouble to breathe, chest pain, hair
loss, general discomfort, anxiety and malaise. These symptoms are similar to
those of many other diseases, which may be misleading to the diagnosis.
In
the attempt of making it easier to make lupus’ diagnosis, the American College
of Rheumatology proposed, in 1971, some criteria that ought to help one detect
the disease. However, to this date, doctors find it hard to define it properly,
pointing out treatments to other illnesses. This is a very serious problem,
since the patient who has lupus needs the right treatment as soon as possible –
especially in the beginning of the disease, so that the symptoms will not
become worse.
And
what about the treatment? Because it is a chronic disease, there was no cure
for it until now. The treatment was made by giving cortisone to the patient, a
steroid hormone that helps control pain due to its anti-inflammatory capacity.
Modern corticoids do not present side effects, as the old ones did – they led
to high pressure and high retention of salt and water in the organism.
Thanks
to the progress of science and technology, many researches have been working to
find the cure to several diseases. As for lupus, Dr. Morel’s research has shown
good results. The most interesting fact was the combination of two metabolic
inhibitors that, together, led to a regression of the illness. This suggests
that metabolic inhibitors may be a solution for the treatment of these
patients.
These
results are very encouraging! Discovering a way to make the disease recede
opens a whole range of possibilities for the next years and serves as a basis
to new promising studies. We need to point out that this is a slow process – it
takes a few years to go from scientific research to product in the market.
Nonetheless, this is a result to be celebrated. Meanwhile, there are medicines
and treatments that help control the disease, bringing a better quality of life
to those who have lupus.
If you want to know more about the
disease (in English):
(in Portuguese):
http://disciplinas.stoa.usp.br/pluginfile.php/197332/mod_resource/content/1/Texto%20LES%204o%20ano.pdf
Written by Nathália Brancalleão
Translated by Thomaz Offrede
References:
Sato,
E. I., & Leser, P. G. (2001). Lúpus eritematoso sistêmico. Prado F C. Atualização Terapêutica,
1382-7.
Sato,
E. I., Bonfá, E. D., Costallat, L. T. L., Silva, N. A. D., Brenol, J. C. T.,
Santiago, M. B., ... & Vasconcelos, M. (2002). Consenso brasileiro para o
tratamento do lúpus eritematoso sistêmico (LES). Rev Bras Reumatol, 42(6), 362-70.
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