Figura: A: Imagem do
vírus Ebola; B: Médicos com paciente
infectado pelo vírus. Fonte: Muy
Interesante (http://www.muyinteresante.es/salud/fotos/todas-las-claves-del-virus-del-ebola/virus-ebola).
Estamos vivendo um momento de tensão gerado pelo
grande número de pessoas que morreram após contrair o vírus Ebola, na África. O
mundo se viu em alerta para evitar que esse vírus se espalhe e se torne uma
epidemia mundial. O vírus, que causou a morte de mais de 4.500 pessoas em 7
países (Guiné. Serra Leoa, Libéria, Nigéria, Senegal, Espanha e Estados Unidos)
tem o potencial de atravessar mais fronteiras nesse mundo globalizado.
As grandes dificuldades em evitar a entrada do vírus
por meio de passageiros que vem das áreas infestadas são o período em que o
vírus pode permanecer incubado em nosso organismo, que pode variar de 2 a 21 dias,
não demonstrando nenhum sintoma. Além disso, os primeiros sintomas são comuns a
muitas doenças, como é o caso de vômitos, febre, diarreia, sendo justamente
neste período em que se inicia a transmissão do Ebola, que ocorre pelo contato
direto com secreções de pessoas infectadas.
A evolução da doença em geral é caracterizada pelo
aparecimento súbito de febre, seguido de mal-estar, dores na região da cabeça,
muscular, na garganta, além de vômitos e diarreia. Os sintomas podem evoluir e
apresentar erupções cutâneas (não características) em torno do 5º dia da
doença. Manifestações hemorrágicas também podem surgir, mas estão presente em
menos de 50% dos casos. A viremia aumenta drasticamente com a evolução da
doença, levando grande parte dos doentes a óbito na segunda semana da doença.
No surto atual, a taxa de mortalidade esta em torno de 62%.
O que poucos sabem é que este não é o primeiro surto
de Ebola. O primeiro relato ocorreu em 1976, o segundo aconteceu entre
1994/1995, todos na África. Durante todo esse período o vírus permaneceu ativo.
Acredita-se que os morcegos sejam os reservatórios naturais do vírus, uma vez
que a análise da resposta imune de três diferentes espécies de morcegos
frugívoros demonstrou a resistência dos mesmos à presença do vírus, não
apresentando nenhum sintoma da doença.
O vírus Ebola pertence a uma família de vírus
denominados Filoviridae, que possuem como material genético uma fita de RNA,
envolto por um capsídeo, que consiste em uma forma filamentosa longa, com um
tamanho entre 800 e 1000 nanômetros (nm). Possui um potencial infectivo tão
alto que esta presente na lista de agentes potenciais ao bioterrorismo na
categoria A, como agentes de alta prioridade. Existem cinco subtipos de vírus
Ebola: Zaire, Sudão, Bundibugyo, Tai Forest (anteriormente conhecida como Côte
d'Ivoire) e Reston. Cada um recebeu o nome do local no qual foi identificado
pela primeira vez. Os primeiros três subtipos têm sido associados aos grandes
surtos que vem ocorrendo na África. O subtipo Zaire é o mais mortal.
Apesar de ser conhecido a anos, não existem medidas
profiláticas eficientes contra esse vírus. O que existem são medicamentos
experimentais, que ainda não passaram por todas as etapas para a liberação,
como é o caso do ZMapp, do TKM- Ebola e do BCX4430. O mais utilizado no
tratamento de pacientes foi o ZMapp, um coquetel de anticorpos, obtidos a
partir de plantas de tabaco inoculadas com anticorpos do vírus Ebola Zaire, que
os multiplica e, posteriormente são recuperados da planta, purificados e compõe
o ZMapp.
Este método de obtenção de fármacos só é possível
pela capacidade do tabaco (Nicotiana
benthamiana) de expressar proteínas que não são suas, neste caso proteína
humanas. Por ser um processo lento, principalmente devido ao tempo de
crescimento da planta e ao baixo volume obtido do medicamento de cada planta, a
produção deste medicamento em larga escala é extremamente complicada.
Mas o que esta sendo
feito para evitar uma pandemia?
As medidas para evitar que o vírus Ebola se alastre
para mais países, segundo a OMS, é evitar o contato com pessoas doentes e áreas
de risco, bem como um maior controle em aeroportos e portos com a entrada e
saída de possíveis pessoas portadoras do vírus.
Aqui no Brasil, as medidas adotadas foram avisos
sonoros nos principais aeroportos internacionais, orientando sobre os sintomas
da doença e como proceder caso perceba uma pessoa que possivelmente esteja
infectada.
As equipes de bordo das companhias aéreas também
receberam orientações do procedimento a ser tomado, caso percebam a presença de
passageiros com os sintomas da doença. O mesmo procedimento também foi adotado
nos portos, principalmente os que recebem navios
transatlânticos. O governo brasileiro também ativou um centro de operações de
emergências para monitorar as informações sobre a doença aqui no Brasil e no
mundo.
A mídia não esta mais relatando tanto sobre o Ebola
quanto antes, mas ele ainda continua matando muitas de pessoas todos os dias na
África, por isso as medidas preventivas devem continuar sendo tomadas e novos
métodos profiláticos precisam ser desenvolvidos para que mais vidas não sejam
perdidas.
Por:
Jaqueline R. de Almeida
Fale com a pesquisadora: jaqueline.raquel.almeida@usp.br
Referências
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Ebola e a Mídia. 24/11/2014, de RECIIS Sitio web:
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[2] J, M.M.. (2014). ZMapp en bref. 24/11/2014, de Revue Francophone des
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http://www.em-consulte.com/article/928964/article/zmapp-en-bref
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I. N. S. H. T. Sitio web:
http://www.insht.es/RiesgosBiologicos/Contenidos/Fichas%20de%20agentes%20biologicos/Fichas/Virus/Virus%20del%20Ebola%20a.pdf
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