Imagens: A: Salmonella entérica; B:
Pseudomonas aeruginosa (Fonte: Wikipedia); C
e D: Imagens de antibióticos (Fonte: photoXpress).
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Os
termos “sistema imune” ou “sistema imunológico” são comuns a todos nós, afinal,
nós possuímos um que nos ajuda (e muito) todos os dias. Este complexo sistema
de defesa está presente em todos os animais superiores, exercendo a função de proteger
o organismo contra possíveis ataques de agentes estranhos, como é o caso de vírus
e bactérias. Além disso, é também dele a
função de evitar a formação de tumores em nosso organismo.
O
sistema imune é formado por um grande número de células e moléculas dentro do
nosso corpo. As principais células desse sistema são os chamados Linfócitos e
Macrófagos, que possuem a função de identificar e tentar barrar os organismos
estranhos em nosso organismo. O primeiro grupo de células é responsável pela
produção de substâncias específicas contra um micro-organismo (anticorpo), já o
segundo realiza o englobamento desses agentes estranhos.
Mas
o que eu quero compartilhar com vocês são os resultados preliminares de uma
pesquisa que esta sendo realizada no Instituto de Biologia Estrutural (IBS) de
Grenoble, na França em parceria com o LNBio, Laboratório Nacional de Biologia pertencente
ao Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), localizado em
Campinas, SP. Estudando a bactéria Salmonella entérica,
eles verificaram a presença do gene (sequência de DNA que determina uma
proteína) da macroglobulina, uma proteína muito semelhante a que possuímos, a α-2
Macroglobulina. A macroglobulina humana é uma das maiores proteínas que
circundam por nosso organismo. Ela possui um papel muito importante na defesa,
devido à sua capacidade de inibir a ação de enzimas proteolíticas (proteo –
proteína; lítica – quebra), ou seja, que conseguem inativar proteínas que degradam
proteínas importantes para nós. Além disso, a α-2 Macroglobulina também possui
um papel importante no transporte de vários hormônios, como a insulina.
Pelo fato da macroglobulina ser uma proteína muito
grande e complexa, acredita-se que ela possui um papel de extrema importância
para essas bactérias, pois a fabricação de algo deste tipo é extremamente
dispendioso para pequenos seres como elas. Dessa forma, os pesquisadores
levantaram a hipótese de que elas, possivelmente, possuem um sistema imune,
embora muito mais simples e rudimentar que o nosso. Esta descoberta é muito
importante, pois se confirmada a hipótese, essas proteínas poderão se tornar
muito importantes para o desenvolvimento de novos antibióticos.
Um exemplo da aplicação dessa descoberta é um
estudo semelhante ao descrito acima que esta sendo realizado com bactérias da
espécie Pseudomonas aeruginosa, grupo que também apresenta macroglobulinas.
Essa espécie de Pseudomonas é a responsável por muitos casos de infecção
hospitalar grave, levando a morte de um grande número de pacientes,
principalmente por sua alta taxa de resistência aos antibióticos utilizados
hoje. Assim, este estudo pode dar origem a uma nova linha de antibióticos!
Por Jaqueline Raquel de Almeida
Referências:
[1] http://agencia.fapesp.br/bacteria_pode_ter_sistema_imune_rudimentar,_indica_estudo/19945/ (Acessado
em 12/11/2014).
[2] Wong,
S. G., & Dessen, A. (2014). Structure of a bacterial α2-macroglobulin
reveals mimicry of eukaryotic innate immunity. Nature communications, 5.
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